Puta que pariu é a melhor banda do Brasil: Fresno - teste clubinho

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Puta que pariu é a melhor banda do Brasil: Fresno

 


A adolescência tem sido retratada em produções como Euphoria com uma certa frequência. Não diminuindo a importância do debate sobre drogas e sexualidade, é interessante e até mesmo necessário que haja outros exemplos para que os jovens possam se identificar. A série “Eu Nunca…”, da Netflix, surge com essa premissa. Uma adolescência mais saudável e mais próxima da nossa realidade, sem deixar de lado questões como sexo, família, relacionamentos e, até mesmo, as drogas.

Criada por Mindy Kaling, a Kelly Kapoor de The Office e também idealizadora do The Mindy Project, a produção também tem assinatura de Lang Fisher, que integra o time de Brooklyn Nine-Nine. A história tem como foco o ensino médio pela ótica da jovem Devi Vishwakumar (Maitreyi Ramakrishnan) e o elenco tem outros nomes como Darren Barnet (Paxton) e Jaren Lewison (Ben).

O ensino médio é um período bem desafiador, marcado pela puberdade e aquele momento de escolhas que carregam o peso de parecerem ser “para toda a vida”, principalmente no âmbito profissional. Em outras palavras, a faculdade. Esse é o foco do enredo, sem deixar de lado também as questões familiares e de identidade, visto que a Devi é uma adolescente que descende de uma família indiana e muito tradicional.

Enquanto pode parecer difícil se identificar com a trama identitária de Devi, é muito fácil se perceber nesse lugar cheio de dilemas, de sonhos e de medo do futuro. A jovem quer ser popular, livrando-se do estereótipo de nerd, quer ter um namorado e perder a virgindade, para provar estar mais perto da vida adulta do que da infância. E na tentativa de alcançar tanto o futuro, ela deixa o presente de lado.

A terceira temporada, lançada no último dia 12, aparenta ser o auge da realização de sonhos da Devi. Ela, finalmente, namora com o garoto mais bonito e popular da escola, está com as notas em alta e caminhando para conseguir entrar em Princeton, sua faculdade dos sonhos. Além disso, suas amigas também estão com a vida amorosa em dia e com as escolhas profissionais bem encaminhadas.

Contudo, ela percebe que ter um relacionamento não resolveu todos os seus demais problemas, incluindo as questões familiares e seus traumas passados. Ela também percebe que, apesar de ser algo que sempre desejou, não está pronta para dar o próximo passo no namoro e isso a impede de curtir o melhor de ter alguém.

Pessoalmente falando, meu coração sempre foi dividido entre ser Team Paxton ou Team Ben, conseguia enxergar o lado bom de todos os dois. Meio parecido com o sentimento que tive com O Verão que Mudou a Minha Vida e ser Team Conrad ou Team Jeremiah. Mas, nessa terceira temporada teve a adição de Des, um indiano da idade da Devi que parecia ser a resposta para o dilema de shippers: todos poderiam ser Team Des, mas…

No mais, é nessa temporada que vamos entender que mais do que um relacionamento, a Devi precisava aprender a gostar de si mesma, de se entender e se acolher, de respeitar seus momentos e suas escolhas. Com isso, ela ia parar de aceitar qualquer afeto e abrir os olhos para quem sempre esteve ao seu lado e quem sempre se importou de fato com ela. E, mais do que isso, quem ela sempre foi apaixonada pelas razões certas.

Eu ainda gosto muito do Paxton e acho que foi um dos personagens que melhor evoluiu na série, saindo de um babaca para alguém com propósitos genuínos. A amizade dele com a Devi também foi um acerto, transformar esse sentimento que eles tinham entre si em algo motivador e inspirador, sem necessariamente ser romântico.

Por fim, outros dois pontos maravilhosos da temporada mais recente foram a evolução do relacionamento de mãe e filha entre Devi e Nalini; e também a pluralidade de casais entre Fab, Aneesa, Addison, Eleanor e Trent.

Para evitar dar spoilers importantes, finalizo essa resenha dizendo que se você ainda não assistiu “Eu Nunca…” está perdendo a oportunidade de encontrar uma produção comfort que seja engraçada, romântica e séria na medida certa, abordando relacionamento, sexualidade, conflitos internos, adolescência, família e luto de um jeitinho único que somente a Mindy Kaling conseguiria.

A quarta temporada já foi confirmada e será a última da saga de Devi, encerrando sua trama com a formatura do colegial. Por aqui, sou só ansiedade.  

Nota: 10/10

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